O fim da Globalização começou em 2008, mas a história acelera a espaços, negada que está o fim da própria, como diria o neurótico que a prefetizou; é Trump então esse agente do caos: o messias da queda do paraíso…
O fim da Globalização começou em 2008, mas a história acelera a espaços, negada que está o fim da própria, como diria o neurótico que a prefetizou; é Trump então esse agente do caos: o messias da queda do paraíso liberal capitalista, um vírus que ataca de dentro, criando tarifas, fechando a economia ao bom estilo soviético, ironia típica do destino. Numa sociedade em que os pobres são cada vez mais e mais pobres e os ricos cada vez menos e mais ricos, a revolução populista da extrema direita guarda a sua génese no próprio nome: são as pessoas, a classe média remediada e o chão de rua que levaram Trump ao trono, recusando um mundo em que não contam senão para estatísticas em power point. O fim da Globalização marca a mudança histórica nas sociedades ocidentais rumo ao desconhecido, a era da revolta dos rostos perdidos na multidão está aí, com a AI como aliada, destruindo emprego também por cima, e não só por baixo como antigamente, redefinindo por completo o mapa político ocidental e implantando um novo modelo socioeconómico para o futuro baseado na social democracia (a única porta de saída) e outra vez, na produção industrial. A criação de blocos económicos herméticos marcará as próximas décadas, as trincheiras do que será o nosso novo mundo.
2024 foi o ano do fim do ‘Bullshit’; Biden desapareceu para o rodapé patético que a história lhe vai reservar, hipócrita, cúmplice, lidera a fileira colaboracionista que no médio oriente, mas também na Ucrânia, vendeu as duas caras da decadência moral ocidental, e por isso 2024 foi, e será para sempre, acima de tudo, o ano do Apocalipse em Gaza – mais de 40000 mortos, mais de 10000 crianças assassinadas à bomba, de forma covarde, sem olhar nos olhos, uma vingança rasteira e sórdida sobre inocentes: não é olho por olho, e não tem nada a ver com justiça, não é isto que nos ensinam nas nossas escolas, não é o que os nossos livros e poetas nos dizem que vale a pena. O império do medo faz de todos nós todos escravos de uma pretensa ordem moral que nos nivela juntamente com os terroristas do estado islâmico, porque ao menos eles olham nos olhos quando cortam cabeças, nós nem isso. Na Ucrânia, afinal a Rússia não perdeu a guerra, de facto está a ganhá-la, apesar dos ‘paineleiros’ avulsos e das suas barbaridades se ter juntado a uma espécie de consórcio internacional do Bullshit, que inventou uma realidade alternativa para guerra; a Ucrânia nunca esteve a “ganhar”, 3 anos depois, no terreno, está quase tudo perdido, o país está destruído, mais de 200 mil mortos e os F16 nunca vieram. 2024 marca também o fim definitivo do trabalho barato e o acelerar do fim da Globalização, o ocidente vai-se fechar, vai-se voltar à indústria, vai-se voltar a fazer coisas, Fight fire with fire contra a China, portanto, enquanto a AI, ou melhor, os modelos de Linguagem Natural, continuarão a ceifar emprego, mas desta vez não só por baixo, mas também por cima – os desempregados do futuro serão engenheiros, médicos e advogados. 2025 será um ano importantíssimo para o nosso futuro colectivo